Guarapuava

Região de Guarapuava sofre quebra de 40% na produção de cevada

Em Guarapuava, município com maior produção do país, a quebra teve o mesmo percentual de 40%; situação do trigo é mais complicada

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As recentes adversidades climáticas têm sido uma batalha para os agricultores paranaenses. Na região de Guarapuava, os envolvidos na produção de cevada e trigo são um dos mais atingidos. O Núcleo Regional de Guarapuava, que é composto por 10 municípios, é líder nacional na produção de cevada, mas nesta safra, experimentou uma quebra surpreendente. 

Em entrevista ao AgroRegional, Dirlei Manfio, técnico agrícola do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), mostrou os dados preliminares da safra atual.

“Nós tivemos algumas adversidades climáticas, desde a fase inicial de plantio, e principalmente, na fase final, próximo a colheita. O excesso de chuvas, doenças e pragas impactaram significativamente a produção de cevada”, afirmou. O Departamento, atualmente, trabalha com a previsão de uma quebra de 40%, resultando em uma produtividade estimada de 2.900 quilos por hectare, bem abaixo dos 5.100 quilos iniciais.

Além da redução na quantidade, a qualidade do produto também foi afetada, transformando parte da produção em cevada forrageira, inadequada para a industrialização, sendo destinada à ração. Das 220 mil toneladas inicialmente previstas, a região colheu cerca de 130 mil, mas quase 40 mil toneladas serão descartadas para ração, restando aproximadamente 90 mil toneladas para a maltaria. 

SAFRAS ANTERIORES

Na última safra a região havia experimentado uma quebra, mas muito menor, de 18%. Já no ciclo 2020/21, a quebra foi de 10%. “Dos últimos anos, é um dos piores em termos de baixo aproveitamento. É lamentável a situação”, comentou Manfio. 

GUARAPUAVA

O município com maior produção de cevada do Brasil é Guarapuava, e o resultado da atual safra, que ainda é preliminar, explica de forma geral a quebra na região. De 104 mil toneladas esperadas, 62 mil foram colhidas, ou seja, cerca de 40% de queda. 

“Só Guarapuava deixou de produzir 42 mil toneladas de cevada, só que depois, a qualidade é pior ainda, porque a região de Guarapuava e Pinhão é a mais tardia do nosso Núcleo e onde está a maior concentração da produção”, apontou o técnico do Deral. 

Conforme dados da estação meteorologia de Guarapuava, outubro foi o mês que mais choveu no município, com 559 milímetros, quando o normal para o mês, é de 200 mm. 

TRIGO

No caso do trigo, que ocupou 68 mil hectares no Núcleo Regional, a situação também é delicada. A quebra, segundo Dirlei Manfio, é de 40% a 45% na produtividade do campo, e possivelmente, na qualidade, irá superar os 50%. “Os municípios que mais plantam trigo na região colheram mais tarde, são os que mais sentiram o efeito da chuva”, destacou. 

De 287 mil toneladas previstas, a colheita foi de 165 mil, com uma produtividade, otimista por parte do Deral, de 2.500 quilos por hectare, mas, com a qualidade comprometida.