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Pecuária leiteira: produtora de Irati destaca envolvimento na atividade

Simone Aparecida Sluzala Rossa é peça fundamental na propriedade da família, fazendo planejamento e trabalhando ativamente no dia a dia rural

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Se tem um lugar onde a mulher tem sido peça fundamental é o campo. Se antes, as atividades eram domésticas e de apoio na lavoura, hoje, elas são grandes lideranças no meio rural.

A produtora Simone Aparecida Sluzala Rossa (39 anos) de Irati é uma delas. Além do trabalho rural, ela não deixa de buscar conhecimento fora dele. Formada em pedagogia, pós-graduada, com especialização em MDA (Master dairy administrator) gestão de empresa produtora de leite clínica do leite, ela está finalizando agora uma pós em gestão de agronegócio pela PUC-PR.

Simone conta ao AgroRegional que tem dois filhos, Murilo Pedro e Thony Marcos. Ela e o marido Marcos Antônio Rossa, possuem uma relação direta com o campo, trabalham juntos no cultivo, desde a escolha da semente, preparação da terra, manejo, colheita até a venda dos produtos. “Somos filhos de agricultores, crescemos vendo e ajudando nossos pais a trabalhar com a terra. Nossos pais (in memória) nos deixaram o ensinamento de como cultivar a terra. Temos orgulho imenso do exemplo que foram para nós” afirma.

Ativa em todas as questões da propriedade, ela tem a percepção de quem vive a realidade do feminino no agro, de que a mulher vem cada vez mais conquistando espaço e na agricultura não é diferente. “Como diz o ditado “o homem é a cabeça, e a mulher é o pescoço”. Então, a mulher sendo o direcionamento, unindo a força e coragem do homem, o resultado certamente será positivo”, destaca.

Por sete anos Simone lecionou, mas durante esse tempo nunca deixou as atividades rurais. E ao longo do tempo, a pecuária leiteira passou a precisar de uma atenção maior da produtora. “A atividade leiteira começou a crescer e precisava de alguém que administrasse a propriedade, afinal agricultura, pecuária não é só plantar e colher. Então decidi me afastar da escola para ajudar na administração, mas foi além. A gente se envolve de corpo e alma, e como eu cresci na roça foi muito fácil engrenar, hoje eu estou adiante de 90% das atividades do sítio”, conta, explicando que atua desde a programação de plantio até a venda dos produtos.

Mas, ela não esconde o carinho que tem pelos animais. O trato vai além das necessidades que o rebanho precisa ou do lucro que venha a dar. O meu envolvimento com a pecuária de leite é maior ainda. A gente se torna “mãe de vaca”. É um amor tão grande que não se mensura. Fazer o parto, amamentar, cuidar, preparar para reprodução e levar para a ordenha. Eu me torno a mãe de todos os animais que nascem aqui, conheço no olhar de cada um suas necessidades, se estão ou não estão bem. O vínculo com elas e elas comigo é muito forte”, garante Simone.

Produção

A Agricultura mostrou ao AgroRegional os números da produção da propriedade. E como já é uma normalidade em ampla maioria dos sítios e fazendas, a soja é a cultura principal, junto com o milho e por vezes o feijão.

De acordo com Simone, o rendimento da soja cultivada por eles é de 186 por alqueire. No milho, ela considera a última safra razoável e que a safrinha foi boa.

Sobre o leite, a média animal por dia fica em torno de 32 litros. “O retorno financeiro do leite é mais atraente que o agrícola, mas aqui é tudo muito ligado. O leite não sobrevive sem a agricultura e vice-versa, quando uma das atividades não está bem à outra equilibra”, aponta.

Ela revela que conseguiram dobrar a média, aumentando de 100% . “Resultados de anos de dedicação, estudos, embasamentos teóricos, auxílio técnico da Frísia, implantação de sistemas, melhorias constantes, a construção do compost barn trazendo conforto aos animais, melhoramento genético e muito amor e dedicação”.

A iratiense acredita que o sucesso do agronegócio é todos os envolvidos. “Saber qual é a direção e onde quero chegar, e que independente do trabalho, tudo o que eu fizer bem feito terá resultado positivo. Não poderia deixar de citar essa frase do Cortella. “Faça o teu melhor, na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores para fazer melhor ainda”.

*Redação/Daiara Souza