Rio Azul

Agricultora de Rio Azul diversifica propriedade com cultivo de morangos

Alcéia Jacyszyn e o marido Edison são fumicultores, mas estão apostando na fruticultura como segunda opção de renda

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Há cinco anos a agricultora Alcéia  Jacyszyn (40 anos) de Rio Azul, participou de um curso de empreendedorismo rural do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR) e desde então tem colhido os frutos, literalmente, desta capacitação.

Ela e o marido Edison Jacyszyn (40 anos) são fumicultores e agora, também produtores de morangos. O casal mora na localidade de Faxinal dos Paulas e tem dois filhos, José Augusto Jacyszyn (19 anos), que já trabalha na propriedade, e o caçula  João Paulo Jacyszyn (14 anos).

Na agricultura familiar, parte da produção é destinada para consumo próprio, como destaca Alceia em entrevista ao AgroRegional. “Na propriedade o forte,  a fonte de renda maior é a fumicultora. É o fumo. Mas tem os porcos, galinhas, a gente sempre planta milho, mandioca, batata doce, feijão, cebola, isso para o consumo familiar. E sempre a sobrinha a gente acaba vendendo por fora”, destaca. 

Apesar do retorno financeiro ser maior com a produção de tabaco, a diversificação nas propriedades que trabalham com a fumicultura tem sido incentivada em toda a região. A produtora Alcéia percebeu isso e com uma visão empreendedora, mostrou a Edison a oportunidade. “Vim trazendo informações para meu esposo, onde nasceu a ideia de colocar uma estufa de morangos na propriedade. São 2100 pés em uma estufa”, conta.

Colhendo os frutos de duas a três vezes na semana, ela explica que a quantidade pode variar de acordo com o período do ano. “No verão ele cresce e madura mais rápido por causa do calor, da luminosidade. Mas geralmente são duas colheitas por semana”, afirma. 

VENDAS

Além da vontade, coragem e dedicação para empreender, é necessário ter clientes. E de acordo com Alcéia, isso ela conquistou rápido.  “Eu tenho meus fregueses. No começo eu divulgava muito em redes sociais, Facebook, WhatsApp. Mas as pessoas procuram, tendo um produto bom e de qualidade”, garante.

Ela ainda não comercializa em grande escala, mas isso não significa que não esteja gerando renda com os morangos. “Eu entrego em algumas panificadoras, mas a maioria são famílias. E para essas mulheres que fazem bolos, docinhos. Eu conquistei os meus clientes. Eu sempre divulgava, hoje em dia eu não divulgo mais porque falta produto para entregar”, conta.

O aumento da produção de morangos é algo que está nos planos da família.   “A gente pretende continuar com o morango e estamos avaliando a possibilidade de colocar mais estufas, mas isso tudo ainda está em planejamento. Pretendemos continuar com a diversificação e aumentar o plantio”. 

VIDA RURAL

Alcéia e Edison são casados há 20 anos. Ambos filhos de agricultores, eles estão imersos no mundo rural desde que nasceram. Depois do casamento, os dois tentaram viver na cidade, mas não demorou muito para retornarem para o interior. “A gente ama o que faz. A gente tentou na cidade, mas não era o que a gente queria. Voltamos para o interior e desde então a gente está na agricultura”, revelou Alcéia.

MULHER

Foi Alcéia que teve o instinto empreendedor em iniciar o cultivo de morangos. Com a ideia apoiada pelo marido, ela mostra como o feminino é essencial no dia a dia do campo, sem se restringir somente às atividades domésticas.

“A mulher tem uma visão mais ampla. Ela está trabalhando, mas ela está com a cabeça já em outro lugar, ela já está pensando lá na frente, ela já está planejando. Ela tem essa habilidade de fazer várias coisas numa vez só. Está trabalhando e já pensando lá na roça, no almoço, quando ela vai fazer ela já sabe o que ela tem pra fazer”. 

Para Alcéia, é muito importante ter organização e a mulher tem essa facilidade. “A mulher é muito importante na parte rural. Não é somente trabalhar na roça. Tem toda uma preparação para isso. A mulher sempre está ativa, junto com o homem. É um sexo forte, não é um sexo frágil como se falava antigamente, ela vem se mostrando, crescendo, mostrando que ela é capaz de dirigir um trator, de tocar e manter uma propriedade”, finaliza agricultora.

*Redação/Daiara Souza

Fotos: Alencar da Rosa /GAZ

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