Brasil
Brasil exporta tecnologia para melhoramento genético de bovinos leiteiros
A Embrapa Gado de Leite (MG) enviou para o México a primeira avaliação genômica de rebanhos da raça Gir Leiteiro naquele país. Antes disso, em maio, foi entregue aos produtores bolivianos a primeira avaliação genômica internacional feita pela Unidade e a expectativa é de que, até o próximo ano, esse serviço seja estendido para outros 11 países latino-americanos. Além de Mexíco e Bolívia, irão receber as avaliações genômicas de seus rebanhos produtores da Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, Peru, Porto Rico e República Dominicana.
Conforme Marcos Vinícius G. B. Silva, um dos pesquisadores da Embrapa envolvidos no Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro (PNMGL), desenvolvido pela Empresa em parceria entre a Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL), a exportação da genética bovina traz importantes divisas para o País e consolida o Brasil como referência em genética de bovinos leiteiros para regiões de clima tropical. Para o presidente da ABCGIL, Evandro Guimarães, o interesse de outros países nos resultados do PNMGL é também o reconhecimento de um trabalho técnico-científico de sucesso que teve início em 1985, com a criação do Programa.
Para ter acesso ao serviço de avaliação genética, o produtor deve procurar a associação de criadores da raça zebuína do seu país ou entrar em contato diretamente com a ABCGIL, informando sua intenção de realizar a avaliação genômica. Será solicitado ao produtor que envie amostras genéticas (sangue, sêmen ou pelo do animal) para um laboratório especializado (indicado pela associação). O laboratório fará a genotipagem dos animais e enviará o resultado à Unidade, onde os dados serão processados por pesquisadores e uma equipe de TI.
Para além da porteira, a bovinocultura de leite tem cada vez mais introduzido ao seu repertório conceitos como genômica, bioquímica e informática. Essa é a nova realidade do melhoramento genético, que até pouco mais de uma década se baseava nos fenótipos dos indivíduos: características observáveis do animal como conformação do úbere, cascos, peso, produção, reprodução etc. Hoje, segundo o pesquisador da Embrapa João Claudio Panetto, 95% dos animais registrados por ano na Associação são avaliados genomicamente, o que garante a expertise do Brasil na seleção de bovinos leiteiros para as condições tropicais, respaldando a exportação dessa tecnologia. Técnicos da ABCGIL esperam que a procura pelo serviço cresça exponencialmente nos próximos anos.
*Embrapa com edição