Reserva do Iguaçu
Produtores de queijo de Reserva do Iguaçu vão participar do Prêmio Queijos do Paraná
A família está finalizando a construção de uma agroindústria de queijos e tem a propriedade certificada como livre de brucelose e tuberculose
A primeira edição do Prêmio Queijos do Paraná teve mais de 300 produtores inscritos e em Reserva do Iguaçu está uma família que participa pela primeira vez de um concurso do setor.
A produtora Leila Brandalise e o marido Luiz Fernando Dangui Ramalho estão em fase de finalização de uma agroindústria de queijos, mas já tem muitos motivos para comemorar. A propriedade foi certificada como livre de brucelose e tuberculose, garantindo a segurança do leite e a qualidade do queijo. Eles são pais da jovem Angela, que ajuda na produção, e de dois meninos, Luiz Marinho e Luiz Francisco.
O AgroRegional Guarapuava visitou a chácara e conheceu a estrutura que está sendo construída. Conforme a produtora Leila, que também é professora há mais de 20 anos, o trabalho com o queijo iniciou na pandemia. “Você fica com o tempo ocioso dentro de uma propriedade rural? então a gente tentou achar o que fazer. A gente tinha duas cabeças de vacas. Eu tirava o leite para o consumo da família, só que daí essas vaquinhas produziam e eu passei a fazer queijo”, contou.
Conforme foram comprando mais animais a produção foi aumentando e os clientes também. Em 2021, a família passou a contar com orientação do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-PARANÁ) para melhorar a produção. Leila lembra quando recebeu o engenheiro de alimentos da entidade, Marcelo Barba Bellettini. “A gente fazia o queijo na cozinha, aí quando recebemos o Marcelo que começou a amadurecer a ideia de você sair da informalidade para ir para o caminho da agroindústria e a gente começou a ouvir eles”, comentou.
Concorrendo em três categorias, ela tem uma boa expectativa sobre a participação no Prêmio Queijos do Paraná, e vê o concurso muito além da medalha. O que ela quer é aprender mais. “Tem grandes concorrentes, a gente ainda é um iniciante neste mercado. Vai concorrer com gigantes do queijo, mas se a gente não começar não vai saber. É uma experiência. Todos terão retorno, aí eu vou saber o que está faltando no meu queijo para ele ser um de medalha. É uma experiência para adquirir conhecimento”, garantiu.
CONHECIMENTO
No ano passado, eles participaram de um curso ofertado pelo IDR-PR com duração de quase dois meses. A produtora afirma que a capacitação foi muito importante por vários motivos. “Desde a sanidade animal até a fase de você fazer o começo da maturação do teu queijo. E foi de muita valia. Você sabe onde tá o erro, onde tem que melhorar, adequar e também começamos com a ideia da agroindústria”.
No curso, um dos módulos tratava da importância de uma associação, e pouco tempo depois, Leila e outros produtores da região Centro do Paraná ingressaram na missão de criar e manter uma entidade. Para isso, eles contam com o apoio do IDR-PR. Hoje ela conta que compreende como isso era necessário. “O pessoal aderiu, gostou da ideia de como é no Sudoeste. Lá eles tem uma associação, percebe-se que lá tem amparo, queijos com medalhas, premiados e por mais que a gente esteja no início, é um começo”.
Ela é a atual vice-presidente da Associação de Produtores de Queijos e Derivados de Leite da Região Centro do Paraná (APROLEQ), que conta com 24 associados, uma delas produtora de doce de leite em Guarapuava. “Tem queijos muito bons que estão escondidos, que ninguém conhece. A partir do momento de ter uma associação, vão ser divulgados, estarão no mercado futuramente quando cada produtor legalizar sua agroindústria”, afirmou sobre a importância da Aproleq para produção de queijos na região.
QUEIJOS
A jovem Angela (20 anos), filha do casal de produtores, é quem estará à frente da queijaria da família assim que ela estiver pronta. Lá, vão produzir queijos do tipo tradicional colonial e ervas finas com orégano e também testar novos sabores. “Vamos vendo com o tempo as experiências dentro da agroindústria porque é totalmente diferente o ambiente. Vamos ver como os queijos vão se comportar, se vão gostar do ambiente ou não, se vamos ter que fazer alguma adaptação na sala de maturação, aos porquinhos vamos fazendo novas experiências”, pontuou Leila.
Hoje o leite da propriedade ainda é entregue ao laticínio porque não há como processar. No entanto, ela destaca que logo no começo da agroindústria ele será apenas para queijo.
*Reportagem: Daiara Souza