Paraná

Produtores se unem para retomar plantio de algodão no Paraná

Foto: Sistema FAEP

Publicado

sobre

Em maio, o produtor José Antonio Borghi inicia a colheita de sua segunda safra de algodão no município de Santa Cruz de Monte Castelo, na região Noroeste do Paraná. A expectativa é alcançar 150 toneladas, com produtividade estimada em 200 arrobas de algodão em caroço por hectare.

“Plantei pela primeira vez na safra 2022/23, mas enfrentei problemas operacionais e de mercado. Ajustei o que precisava e voltei a plantar no ano passado. Apesar da falta de chuvas, a lavoura está em boas condições. O algodão tem maior estabilidade diante das variações climáticas e, estando no Arenito Caiuá, uma região mais desafiadora, vi na cultura uma alternativa para diversificar a produção de soja”, explica Borghi.

Borghi faz parte de um grupo de agricultores que busca retomar a cotonicultura paranaense. Há quase 35 anos, na safra 1991/92, o Paraná era o maior produtor de algodão do Brasil, com 709 mil hectares cultivados, o equivalente a 36% da área nacional. No entanto, a infestação do bicudo-do-algodoeiro, a expansão da soja e as dificuldades econômicas na década de 1990 levaram ao declínio da cultura no Estado. Agora, com avanços em tecnologia e manejo, os cotonicultores tentam reconquistar esse espaço.

Para isso, desde 2001, a Associação dos Cotonicultores do Paraná (Acopar) tem atuado para fortalecer a retomada da cotonicultura, mobilizando produtores e oferecendo suporte técnico. A entidade disponibiliza assistência especializada, maquinário para colheita e transporte, além de auxiliar na comercialização da produção.

Borghi, que recebe assistência técnica da Acopar, acredita no potencial econômico da cultura. “Ainda há resistência entre os produtores, porque o algodão exige mais manejo e a soja é uma cultura consolidada e de condução mais simples. Mas, diante da atual queda nos preços da soja, o algodão surge como uma alternativa interessante”, avalia.

 

 

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área atual plantada no Brasil atingiu 1,8 milhão de hectares, aumento de 12,5% em relação à temporada anterior. Para a safra 2024/25, a previsão é colher 5,4 milhões de toneladas de algodão em caroço, com produtividade média de 200 arrobas por hectare.

Para o presidente da Acopar, Almir Montecelli, o Paraná tem um mercado interno promissor, especialmente nas regiões Norte e Noroeste. Isso porque o parque têxtil estadual consome cerca de 60 mil toneladas de pluma de algodão por ano, a maior parte vinda do Cerrado, principal região produtora do país. Para suprir essa demanda com produção local, seria necessário ampliar a área cultivada no Estado de 1,5 mil para pelo menos 60 mil hectares. A meta da Acopar é atingir 60 mil hectares nos próximos cinco anos.

*Sistema FAEP

Continue Reading
CLIQUE PARA COMENTAR

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

AgroRegional
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.

AgroRegional
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.