São Mateus do Sul

Produtoras mantêm cultivo orgânico de erva-mate em São Mateus do Sul

O trabalho com a cultura faz parte da história da família das irmãs Ângela e Ana Cláudia Zampier

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A erva-mate é o ouro verde de São Mateus do Sul, responsável por movimentar boa parte da economia local. A indústria ervateira, por exemplo, é um dos destaques do município a nível nacional, e no ano passado, contribuiu para que o Valor Bruto da Produção da erva-mate fosse de R$167.230.350,00, com participação de 17,78% no VBP local, atrás somente da soja.

Além disso, São Mateus do Sul concentrou a segunda maior produção do Estado com 105.000 toneladas em 2022. A liderança no Paraná segue com Cruz Machado com 125.000 toneladas.

O valor da erva-mate em São Mateus do Sul vai além dos números em reais, o produto faz parte da história e da cultura do município, que em 2017 teve a produção reconhecida com a Indicação Geografia junto com outras cinco cidades (Rebouças, Mallet, Antonio Olinto, Rio Azul e São João do Triunfo), que formam a Região São Matheus.

Entre as produções que estão na área delimitada pela IG, está a das irmãs Ângela e Ana Cláudia Zampier, que produzem erva-mate orgânica em duas propriedades em São Mateus do Sul. “Em 2019 a propriedade obteve o Selo de Identificação Geográfica. Que configura que estes ervais seguem tradições, manejo e utilizam técnicas de cultivo intrínsecos aos ervais desta região”, disse Ângela, que salientou ainda que a atividade vem sendo realizada através de gerações. “Uma das atividades de meu pai era o cultivo e processamento da erva-mate, há 60 anos”, disse Ângela ao AgroRegional.

Ela comenta que na época o pai utilizava barbaquás em locais diferentes da fazenda, próximo às áreas de cultivo. “Era efetuada a colheita e sapeco no erval e levado ao barbaquá para secagem e moagem. Na década de 90 tivemos uma indústria de secagem no local para processamento da erva-mate própria e das fazendas localizadas nos arredores”, conta sobre a relação da família com os ervais.

A produtora e a irmã, que é engenheira florestal, adotam um manejo que considera as condições naturais de ocorrência da espécie Ilex paraguariensis, integrando a produção e a preservação da Mata Atlântica de forma sustentável. “Um sistema de enriquecimento com erva-mate que mantém a diversidade de espécies da floresta Ombrófila Mista ou Floresta de Araucárias, configurando diferentes graus de sombreamento no erval”, complementa Angela.

O consumidor que adquire uma erva-mate da Região São Matheus tem garantida a segurança do produto para consumo, a rastreabilidade e as boas práticas agrícolas empregadas na produção. “Nosso intuito é, no futuro, buscar novos parceiros com essa filosofia que utiliza matéria prima orgânica, com boas práticas e que busca os benefícios intrínsecos da planta, dada a grande diversidade de bioativos que a erva-mate possui”, afirmou a produtora Angela.

Destaque nacional na produção de erva-mate, o Paraná vem se consolidando também como polo de empreendedores em produtos à base da erva. Recentemente a cultura foi destaque em feiras de exposições internacionais.

*Redação/Daiara Souza