Paraná
Junho seco no Paraná impacta agricultura e pastagens
Junho de 2024 foi um mês extremamente seco no Paraná, exceto no extremo sul. A atuação de bloqueios atmosféricos com formação de uma extensa massa de ar seca e quente sobre a maior parte do Estado impediu o avanço sistemas frontais (frentes frias), culminando em um mês praticamente sem registro de precipitações no Norte e Noroeste do Paraná. O maior acumulado mensal de chuva ocorreu em Francisco Beltrão, no Sudoeste, onde choveu 202,4 mm. A informação é do Boletim Agrometeorológico do IDR-Paraná.
Com base nos boletins semanais elaborados pelos técnicos do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), confira a influência das condições climáticas do mês de junho nas principais culturas agrícolas do Paraná.
TRIGO
A semeadura do trigo atingiu 96% no final de junho e teve algumas interrupções ao longo do mês pela falta de umidade do solo. Nas regiões mais tardias no extremo sul do Paraná a condição foi favorável devido às chuvas ocorridas do fim do mês. Por outro lado, as lavouras mais precoces implantadas em abril que enfrentaram secas e temperaturas mais elevadas, como no Norte do Paraná, apresentaram condições de desenvolvimento ruins, como baixo crescimento, folhas amareladas, germinação lenta e desigual, menor número de perfilhos e redução no potencial produtivo.
FEIJÃO 2ª SAFRA
A colheita do feijão segunda safra foi praticamente encerrada e antecipada. Ao contrário do mês de maio, o clima mais seco de junho favoreceu a colheita, secagem de grãos a campo e a qualidade do produto colhido. Confirmou-se a quebra na produtividade do feijão devido à estiagem e excesso de chuva ocorridos durante a safra.
MILHO 2ª SAFRA
Devido ao clima seco e quente a colheita de milho 2ª safra foi amplamente favorecida e também antecipada, atingindo 53% no final do mês. No entanto, a seca persistente na maioria das regiões produtoras do Estado provocou redução na produtividade, especialmente no Noroeste e Norte paranaense. Apesar disso, a qualidade da maioria dos grãos colhidos foi satisfatória. Algumas áreas que apresentaram condições ruins foram destinadas à silagem ao
invés de grãos. As regiões Sul e Sudeste apresentaram boas produtividades favorecidas pelas precipitações. No final de junho, 90% das lavouras estavam na fase de maturação e 10% na frutificação.
FRUTICULTURA
Finalizou-se colheita da maçã com produtividades inferiores ao do ano passado, devido ao excesso de chuvas durante as floradas em outubro e novembro. Também foi finalizada a colheita do caqui que apresentou pomares com frutos irregulares e maturação acelerada devido às secas e altas temperaturas. Em junho também foi realizada a colheita da uva favorecida pelo tempo seco. A laranja colhida apresentou produtividades abaixo da média em virtude das estiagens ocorridas durante a safra.
PASTAGENS
No Noroeste, principal região de bovinocultura de corte do Paraná, os pastos apresentaram baixo volume de massa verde, dificultando o manejo do gado e com necessidade de suplementação com ração e silagem, o que eleva o custo de produção. Essa condição também começou a ser observada no Norte do Estado.
FLORESTAIS
O clima seco propiciou o corte de eucalipto e pinus, bem como a colheita do pinhão, o qual tem apresentado uma melhor safra comparativamente ao ano passado.
*IDR-Paraná com edição