Guarapuava, a Capital Nacional da Cevada e do Malte

A excelência dos produtores de cevada de Guarapuava foi reconhecida nacionalmente em setembro. O município foi confirmado como Capital Nacional da Cevada e do Malte após a Lei 14.956/24 ser sancionada e publicada no Diário Oficial da União. O projeto de lei foi proposto pelo deputado federal Marco Brasil (PP-PR) e tramitou pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Desde de 2017 Guarapuava possui o título de Capital Paranaense da
Cevada e do Malte.

“Guarapuava se destaca, há mais de 13 anos, pela maior produtividade por hectare de cevada cervejeira do Brasil”, afirma o autor da proposta, deputado Marco Brasil. Para o parlamentar, a concessão do título de capital nacional ao município poderá ajudar a desenvolver toda a cadeia produtiva da cerveja, além de incentivar a criação de roteiros turísticos ligados ao setor cervejeiro.

A grande expansão do cultivo da cevada em Guarapuava e na região se deu através da Cooperativa Agrária. A grande maioria de produtores do cereal é cooperado da cooperativa que está localizada no distrito de Entre Rios e figura entre as potências do cooperativismo agrícola paranaense.

Foram os cooperados da Agrária que, ainda na década de 1970, cultivaram as primeiras lavouras de cevada no distrito. Em 1986, a cooperativa assumiu o controle total da indústria, transformando-a na maior maltaria comercial da América Latina.

A planta conta atualmente com uma capacidade produtiva de 360 mil toneladas por ano e responde pela comercialização de cerca de 30% do malte consumido pelas cervejarias brasileiras. Para o Diretor Presidente da Agrária, Adam Stemmer, o título de Capital Nacional do Malte e da Cevada concedido a Guarapuava ressalta a importância da Cooperativa para a economia local e vem ao encontro de seu objetivo em ser referência na produção
agroindustrial e gestão cooperativista. “Entendemos que a trajetória na área de pesquisa da cevada e sua produção, junto à produção do malte, fazem de Guarapuava merecedora desse título. Nos sentimos honrados em contribuir nesse contexto”, destaca.

NOVA MALTARIA

Com previsão de início das operações em 2026, uma nova maltaria será instalada em Guarapuava, fomentando ainda mais a produção de cevada na região e fortalecendo a liderança do município na produção nacional. O investimento será de R$ 500 milhões. O empreendimento é da Ireks do Brasil, joint venture formada pela cooperativa e pela empresa alemã Ireks. A nova indústria será instalada no distrito de Entre Rios, ao lado de outra
maltaria da Agrária.

A empresa vai ser a primeira no Brasil a produzir maltes especiais, produto que hoje é importado, para abastecer o mercado nacional. A previsão é gerar cerca de 400 empregos diretos e indiretos.

SAFRA

Em 2023 Guarapuava produziu 44,4 mil toneladas do cereal em 16.800 hectares, rendendo R$ 59,9 milhões no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP). O engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) de Guarapuava, Josnei Augusto da Silva Pinto, ressalta que a última safra não foi boa. “Tivemos quebra de safra devido às intempéries climáticas, com excesso de chuva na maturação da cultura”, comentou.

Para a safra atual, o município tem 11.900 hectares de cevada e a expectativa inicial é de 64.260 toneladas. Entretanto, conforme Josnei, há uma preocupação em relação aos efeitos do clima na cultura. “Este ano ela não está tão boa, principalmente pelo tempo seco que tem predominado na região. A gente está com excesso de calor, que não é benéfico para a cultura.

Nós tivemos as geadas, mas as geadas não foram prejudiciais porque pegaram o estágio inicial. A gente espera que ela se recupere bem, sem tantos danos à cultura”, afirma. Apesar do clima, Guarapuava deve se manter na liderança em produção.

*Redação e assessorias