Guamiranga
Família de Guamiranga constrói história de sucesso na suinocultura
Investindo em tecnologia e estrutura, a propriedade da família Pontarolo triplicou a capacidade de alojamento em 2 anos
Há mais de 20 anos os produtores Jonas e Soeni Pontarolo, de Guamiranga, decidiram apostar na criação de suínos visando diversificar a renda da propriedade. A atividade cresceu, ganhou novas tecnologias e tornou a propriedade uma referência no município. Hoje, o casal conta o trabalho da filha Geovanna Pontarolo, que é médica veterinária e atua diretamente na produção.
Segundo Geovanna, apesar do grande foco na suinocultura, a propriedade segue diversificada. A mãe Soeni cuida de uma produção de morangos, iniciada há um ano, o irmão Gioccondo, que é agrônomo, atua na produção agrícola de soja, milho e tabaco, e o pai Jonas, administra de forma geral as atividades da propriedade, que também é produtora de erva-mate.
A operação com os suínos se concentra nas fases de crescimento e terminação, recebendo animais com pesos entre 20 e 25 quilos e visando aumentá-los para pelo menos 130 quilos em cerca de cem dias. Durante esse período, os animais passam por diferentes fases, recebendo manejo e alimentação específicos para cada etapa. “Quando chega o final do processo de terminação, todos os animais são retirados, todas as instalações passam por um processo de limpeza e desinfecção, para reduzir possíveis doenças que podem acontecer no próximo lote”, explica a Geovanna.
Conforme a médica veterinária, um dos principais desafios atualmente é a escassez de mão de obra qualificada, devido à necessidade de dedicação contínua, independentemente das condições climáticas. Além disso, a precisão e a estratégia são fundamentais para garantir margens de lucro. “Um pequeno vacilo, por exemplo, um desperdício de ração, um manejo incorreto, no final de todo o ciclo, pode reduzir em muito a nossa margem. É uma atividade que precisa ser muito pensada”, disse.
Tecnologias
Para otimizar o manejo e trabalhar com mais precisão, a família tem investido em tecnologia em instalações recentes e antigas. Nas novas estruturas eles introduziram um sistema de cochos automatizados, onde a ração é automaticamente abastecida, conforme os animais vão se alimentando. Nele é possível fazer ajustes na abertura que os animais têm acesso ao coxo, conforme a evolução dos suínos.
“Nas granjas antigas, até pouco mais de 1 ano, o trato ainda era realizado manualmente. Então, nós investimos num sistema robotizado, onde um robô faz o trato para esses animais, fornecendo o trato, baia a baia, onde eu consigo realizar ajustes no fornecimento de ração, individualizado, para cada baia. Ele é um sistema que se mostrou viável, evita desperdícios, ajuda na padronização das carcaças e eu consigo trazer mais precisão por ajustar esse fornecimento de ração conforme o peso, o consumo voluntário e a fase que eles estão”, comentou, revelando uma curiosidade, o equipamento toca música clássica para os suínos, que segundo, Geovanna, demonstram gostar.
Nos últimos 2 anos, a propriedade aumentou três vezes a capacidade de alojamento e expandiu as instalações. Na mais recente, construída há dois anos, foi implementado um sistema automatizado de controle ambiental que regula a temperatura, umidade e ventilação, visando o bem-estar e a produtividade dos animais.
“Nós contamos também com um sistema de gotejamento, ele auxilia muitos animais em temperaturas elevadas, a fazer sua troca de calor e isso também ajuda que esses animais mantenham o consumo em dias que as temperaturas estão mais alta”, explicou Geovanna destacando que ainda há o fornecimento de brinquedos, como correntes e cordas para os suínos. “Para que os animais gastem o seu tempo brincando, não acumulem estresse e por consequência consigam depositar mais peso em menos tempo e consumir menos ração. Tudo isso vai impactar de maneira positiva ao final do período de confinamento deles”, finalizou a produtora.
*Redação/Daiara Souza