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Em Mallet, aposta no pêssego amplia pomar de 30 para 700 pés

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Vivendo a agricultura desde crianças, os moradores de Mallet, Dirceu Francisco Kieltyka e a esposa Inez Roseli, trabalhavam com lavouras de feijão e milho antes de fazer uma aposta na produção de frutas. O casal é pai de Reni Dimas Kieltyka, que é técnico em agropecuária e do estudante Renan Camilo Kieltyka.

Em 2016 eles plantaram 30 pés de pêssego, que evoluiu para 700 em 2022. O produtor rural contou ao Boletim AgroRegional que no início houve receio de que se a tentativa de diversificar a propriedade não desse certo, mas, para garantir o sucesso, foram atrás de informações. “No início nada é fácil, tudo é difícil. Existe um dizer que o agricultor será doutor, mas para isso ele precisa se profissionalizar. Então, no início visitamos propriedades de agricultores que plantam pêssego, alguns com mais de 30 anos de experiência”, explicou.

A fama do Município de Mallet, conhecido como capital estadual do Kiwi, também ajudou Dirceu e a família a iniciarem o trabalho com o pêssego. “Tem uma grande bagagem com o pessoal que atende na questão de fruticultura na secretaria de Agricultura, eles atendem bem quando a gente tem dúvidas.  Mesmo no início, a gente procurava assistência com o pessoal da fruticultura na secretaria e também no IDR, principalmente na Lapa que tem uma estação experimental onde a gente procurou muita assistência, orientação e também os técnicos vinham na propriedade e vem até hoje para nos dar orientação porque sempre surgem dúvidas”, destacou. 

A primeira produção da família ocorreu no ano passado. Os pêssegos colhidos foram vendidos na comunidade e também em uma feira promovida pela Pasta de agricultura. “Aos sábados íamos vender na feirinha. O que sobra a esposa faz compota, geleias, para que a gente possa ter agora para vender”, afirmou.

AVANÇO

Hoje o fruticultor Dirceu já ampliou a produção para outras frutas e tem cerca de 200 pés de amora preta e alguns de ameixa. Ele conta que uma palestra do secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o fez refletir sobre as oportunidades na fruticultura.

“Ele comentava que o nosso estado compra dos outros estados 80% do HF, e olhando por esse lado, dentro da fruticultura, existe aqui, um grande comércio. Se o nosso estado compra dos outros, porque nós não podemos produzir as nossas próprias frutas, entre pêssego, ameixa, caqui, kiwi que é o que tem no meu município, e assim outras frutas”.

Ele também comenta que os muitos pés de pêssego tem chamado atenção de visitantes, levantando a possibilidade do local se tornar um ponto de turismo rural. “O pessoal passa pela comunidade visitando e acaba chegando, mesmo fora de época, quando não tem pêssego. Acham interessante a questão da condução, de como é plantado. As pessoas, principalmente da zona urbana, acabam chegando na propriedade para ver, ficam admirados”, disse Dirceu.

Agora, na época da florada, o pomar se torna um atrativo para os visitantes tirarem fotos. “No município existe o circuito de turismo rural, mas aqui ainda não está passando, mas futuramente não sei se a propriedade não vai ter que abrir para o circuito rural também”. 

GEADA

No inverno, uma das maiores preocupações dos fruticultores é o impacto das geadas nas árvores. E a registrada no dia 20 do último mês, deu prejuízos à família de Dirceu. 

“Foi bem complicada porque prejudicou as variedades mais precoces. Essas variedades estamos tendo perda praticamente total. Ainda bem que nós pensamos em escalonar variedades que tenham produção por um período lá na frente diferente, começando em novembro, pegando dezembro e temos variedades também em janeiro. Mas já tivemos perdas, perdas de 100%.  E isso é triste para o agricultor porque hoje os insumos pesam no bolso, então a gente acaba perdendo e não vamos ter comércio com essas variedades mais precoces”, lamenta.

Ainda em entrevista ao AgroRegional, Dirceu se disse feliz em conversar com a reportagem justamente em um momento em que havia registrado as perdas. “Quero agradecer ao jornal pela oportunidade. A gente vem de uma semana passada bem estressante na questão da perda, e essa entrevista me motiva, me dá ânimo, para mim, para minha família e pra gente continuar”. Ele também aproveitou para agradecer ao Secretário de Industrial e Comércio de Mallet, Léo, pela indicação e aos técnicos da secretaria de Agricultura e do IDR-PR.

“Estou muito feliz com o que faço. Produzindo com responsabilidade, frutos de sabor e qualidade”, finalizou.

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