Paraná

Apicultor de Prudentópolis cria mais de 30 espécies de abelhas

Foto: Arquivo pessoal

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Prudentópolis, que já foi conhecida como Capital do Mel, pode, atualmente, não ser reconhecida com este nome, mas certamente a qualidade e o destaque no volume de mel produzido seguem cada vez mais relevantes. O município figura entre os principais produtores do estado e tem um pedido de Indicação Geográfica (IG) para o produto já em
processo.

Dados da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) mostram que em 2023 Prudentópolis produziu 380.000,00 kg e que o Valor Bruto da Produção (VBP) do produto foi de R$5.992.6000,00. Um dos muitos produtores que contribuem para este sucesso na apicultura é Marlon Tiago Hladczuk (40 anos), que descobriu a paixão pelas abelhas ainda criança, aos 10 anos. “Eu tinha abelhas mirins e sempre fui apaixonado por abelhas, crio hoje 35 espécies entre as com ferrão e sem ferrão”, conta.

Hoje o produtor é uma referência no município quando o assunto é apicultura, mas ele lembra que no início teve muitas dificuldades pela falta de informações sobre o manejo. “Na época não existia facilidade de buscar conhecimento, assim ia fazendo e errando, depois acertando e aprendendo com a prática”, afirma. “A razão pela qual escolhi trabalhar com abelhas é pela importância delas no planeta, pelo serviço da polinização da maior parte das plantas e pela organização delas, cuidar de abelhas é terapêutico”, destaca.

Na propriedade ele cuida de 36 meliponários, onde são criadas as abelhas de 35 espécies. No total são 4.000 caixas e 5 apiários. Há ainda 80 caixas de abelhas com ferrão. “Os manejos variam conforme épocas do ano, mas sempre tem serviço para fazer. Tem épocas que fazemos capturas, multiplicação, preparamos para produção de mel, depois vem colheita de mel e pólen, colheita de própolis e depois cuidados no inverno, alimentação e plantio de floradas”, disse.

 

Além do mel, Marlon colhe outros produtos produzidos pelas abelhas, como própolis, geoprópolis e pólen, além de vender colmeias. Como trabalha com muitas espécies de abelhas, ele realiza um manejo diferente para produção de mel. “A apis [africanizada] a gente remove as melgueiras, leva para casa do mel para desopercular e colocar na centrífuga para extrair o mel. Depois leva os favos de volta para as caixas. Nas meliponas, mandaçaia, por exemplo, colhemos com sugador elétrico e deixamos os potinhos de mel delas abertos e elas enchem novamente”, explica.
Conforme o apicultor, o manejo das trigonas, como as Jataí, também é diferente.

“Recortamos os potes de mel delas num balde, levamos para casa do mel e deixamos escorrer recortando várias vezes até escorrer tudo. E nesta mesma colheita separamos o mel do pólen que depois é descascado bolinha por bolinha e desidratado para comércio”, detalha Marlon.

A maior parte da produção é destinada para indústria, mas o apicultor já está iniciando a venda para o consumidor de produtos fracionados e embalados, atendendo a legislação. “Além do mel, produzimos hidromel artesanalmente e no futuro pretendemos legalizar isso unindo forças com alguns amigos que estão na mesma atividade”.

Para ele, o sucesso do mel de Prudentópolis está relacionado a mais de um fator. Um deles é a predominância da descendência Ucraniana. A Ucrânia é um dos maiores produtores de mel do mundo. “Isso já é genético”, diz Marlon. Os outros pontos são o clima e o relevo, que segundo Marlon, favorece a apicultura. “A diversidade de pastejo faz com que se produza um mel multifloral, muito mais apreciável pelo consumidor”, enfatiza.

*Redação/ Daiara Souza | Foto: Arquivo Pessoal

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