Paraná
Pecuaristas do Paraná discutem sobre a importância da rastreabilidade da carne
Depois da conquista do status de área livre de febre aftosa sem vacinação, o próximo passo para elevar a carne bovina paranaense passa pela rastreabilidade individual. O temas esteve em discussão durante a reunião da Comissão Técnica (CT) de Bovinocultura de Corte do Sistema FAEP, realizada nesta segunda-feira (5), reunindo, de forma híbrida, mais de 40 participantes de diversos municípios do Paraná.
Presente na reunião, o presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, Otamir Martins, afirmou que os pecuaristas precisam se estruturar da melhor forma em relação a rastreabilidade para não perder oportunidades. Isso porque, a partir de 2025, a Europa irá restringir a entrada de uma série de produtos que não tiverem rastreabilidade. O prazo nacional para que os produtores se adequem à rastreabilidade é de oito anos (dois ciclos pecuário), sendo interessante que os Estados antecipem o prazo.
“Precisamos discutir mais esse tema, entender melhor e nos preparar, mas sempre escutado o produtor para tomar as decisões”, pontuou o presidente da CT de Bovinocultura de Corte do Sistema FAEP, Rodolpho Botelho, que também preside o Sindicato Rural de Guarapuava.
Segundo o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab), Natalino Avance de Souza, também presente na reunião, “a questão da rastreabilidade deve fazer parte do protocolo do programa Pecuária Moderna”.
Revitalização
Outro ponto da reunião envolveu a requalificação da pecuária de corte paranaense por meio do programa Pecuária Moderna, que passa por uma reformulação para atualizar suas ações. Lançado em 2015, esse programa fomenta a produção de carne de qualidade no Estado, busca de mercados diferenciados e produção sustentável.
“Temos questionado que seja um programa de Estado e não de governo, de modo que seja levado à sério e tenha continuidade”, definiu Botelho.
Para o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, a pecuária de corte é um tema importante dentro da instituição, que precisa avançar, principalmente por meio da tecnificação dos pecuaristas paranaenses. “O Sistema FAEP está começando a oferecer Assistência Técnica e Gerencial [ATeG] para os produtores do Estado. Em breve vamos lançar dez projetos piloto, sendo um na área de bovinocultura de corte”, adianta.
Durante a reunião da CT de Corte, o coordenador de Pecuária de Corte do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Rodrigo César Rossi, apresentou a proposta de revitalização do programa Pecuária Moderna, além de dados atualizados da produção de bovinos no Paraná. Hoje o Estado conta com 36 mil estabelecimentos agropecuários voltados à bovinocultura de corte, sendo 23 mil familiares, que respondem por 25% do Valor Bruto de Produção (VPB) Agropecuário da atividade, e 13 mil não familiares, responsáveis pelos 75% do VBP.
Nesta fase de atualização, o programa Pecuária Moderna poderá contar com iniciativas como o programa Mais Pecuária Brasil, do governo federal, e o programa Rotas do Progresso, do governo estadual. Também existe a expectativa da contratação de 20 profissionais pelo governo do Estado para atuar na execução programa.
*Sistema FAEP/SENAR-PR