Paraná

Inverno seco acende alerta de incêndios no meio rural

Mesmo antes do período crítico, Paraná já registra índices altos

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A perspectiva de a região Sul entrar em um período sob influência do La Niña, com temperaturas acima das médias históricas e previsão de estiagens prolongadas, acende um alerta no campo. Essas condições são favoráveis para a ocorrência de incêndios florestais. Esse cenário reforça a importância de se adotar ações preventivas, evitando que queimadas se alastrem, causando prejuízos e oferecendo riscos. Pensando nisso, a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), com apoio do Sistema FAEP/SENAR-PR e de outras entidades, lançou, no dia 4 de junho, uma campanha de prevenção e combate a incêndios florestais.

Segundo levantamento do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná, entre 2019 e 2021, o Estado chegou a níveis alarmantes de incêndios florestais, com mais de 10 mil ocorrências registradas em cada ano. Boa parte desse período transcorreu sob influência do La Ninã, fenômeno que tende a provocar secas e temperaturas mais elevadas na região Sul. Em 2023, já sob influência do El Niño, o Paraná registrou quase 5,6 mil incêndios florestais. A tendência é que 2024 supere essa marca: até 23 de maio, o Estado já tinha registrado mais de 3,6 mil focos de incêndio.

“A partir de julho, a tendência é aumentar, porque devemos ter um inverno seco, com muita estiagem e temperaturas acima da média. Como 90% dos incêndios são provocados por ação humana, nosso foco deve ser a prevenção. É importante evitarmos essas ocorrências” – Luisiana Guimarães Cavalca, capitã do Corpo de Bombeiros do Paraná

Segundo a capitã, a metade dos incêndios causados pelo ser humano tem origem intencional – e pode, portanto, ser classificada como ação de incendiários. Os outros 50% dos casos dizem respeito a episódios em que o fogo se alastrou de forma acidental. É aí que entra a prevenção. “O fogo pode ser usado no manejo da propriedade, mas tem que ser com todo o cuidado e seguindo técnicas preventivas”, destaca Luisiana.

Nesse sentido, o Corpo de Bombeiros elenca algumas dicas que o produtor rural pode adotar em sua propriedade. Uma delas é fazer a manutenção do terreno, com a retirada de materiais que possam alastrar o fogo. Além disso, a orientação é fazer aceiros, separando as zonas de mata das áreas residenciais e agricultáveis. Outro ponto importante é manter equipamentos de combate ao fogo, como abafadores, enxadas, rastelos e mangueiras.

“Se acontecer um incêndio florestal, a primeira coisa a fazer é ligar para os Bombeiros. Em seguida, é preciso avisar os vizinhos. Outro ponto interessante é a comunidade organizar brigadas civis, que podem fazer esse primeiro combate ao fogo, até os Bombeiros chegarem ao local. Para isso, é importante ter treinamento”, explica Luisiana.

Treinamentos

O Sistema FAEP/ SENAR-PR oferece os cursos “Incêndios Florestais” e “Incêndios no meio rural”, ambos voltados a práticas preventivas e a técnicas de combate ao fogo. Além disso, a entidade também dispõe da capacitação “Brigada de incêndio”, voltada a formação de brigadas civis que atuam nas ações a serem adotadas desde que os focos são detectados.

“Em períodos de estiagem severa, até mesmo lavouras podem ter problemas com fogo. Tivemos casos de plantações de milho sofrendo incêndios em épocas de seca prolongada”, recorda Neder Maciel Corso, técnico do Departamento Técnico (Detec) do Sistema FAEP/SENAR-PR.

Segundo Corso, essas capacitações permitem que produtores e trabalhadores rurais tenham noções de como agir quando os incêndios são detectados. Nesse sentido, o técnico do Detec reforça a necessidade de atuação conjunta, com os agricultores formando brigadas civis nas localidades.

“Em caso de incêndio, é muito importante agir o quanto antes, para evitar que o fogo ganhe maiores proporções. Assim, é fundamental o trabalho conjunto, integrando vizinhos. É importante que todos estejam comprometidos com práticas prevencionistas e de combate ao fogo” – Neder Maciel Corso, técnico do Detec, do Sistema FAEP/SENAR-PR

*Sistema FAEP/SENAR-PR

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