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Feijão pode ser alternativa de exportação para cooperativas do Paraná

O Paraná é o maior produtor nacional de feijão, sendo responsável por cerca de 24% da produção do país

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Dez cooperativas paranaenses participaram na última quinta-feira (25/04) do 1º Fórum do Feijão, promovido pelo Sistema Ocepar e Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe), em Curitiba. O evento teve por objetivo debater uma estratégia de produção, beneficiamento e comercialização do produto com vistas ao melhor aproveitamento das oportunidades no mercado interno e externo. O Paraná é o maior produtor nacional de feijão, sendo responsável por cerca de 24% da produção do país.  

“Não temos ainda uma boa estratégia de produção para o feijão a exemplo do que temos para carnes, soja e milho, por exemplo”, destacou o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken na abertura do evento. Segundo ele, as cooperativas podem se organizar, com o apoio da Ocepar, para produzir, comercializar e exportar de forma mais planejada.

“O consumo per capita de feijão vem caindo no Brasil. Já foi 21 quilos por ano e hoje está em torno de 14 quilos”, disse o secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara. Além disso, segundo ele, “o tipo de feijão que produzimos não tem muito ambiente no mercado externo”. Para o secretário, um dos desafios é cultivar os tipos de feijão que o mundo quer consumir.

Pesquisa

A pesquisadora Vania Moda Cirino, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), que ao longo de quase 40 anos de dedicação à pesquisa agronômico atuou no desenvolvimento de 38 variedades de feijão, informou que nessas quatro décadas a produtividade da lavoura triplicou, passando de 600 para 1.800 quilos por hectare. “Apesar desse crescimento estamos ainda muito aquém do nosso potencial, podemos chegar a 5 mil quilos por hectare”, disse. “Com os números atuais, o Paraná já domina o mercado nacional do feijão, lavoura que dá mais lucro do que a soja em pequenas propriedades”, disse.

De acordo com dados do Ibrafe, apresentados no evento pelo presidente do Instituto, Marcelo Luders, cerca de 70 países têm demanda de algum tipo de feijão.

Cooperativas 

Segundo os representantes de cooperativas presentes ao evento, um dos grandes desafios de quem atua nesse mercado é a comercialização do produto, onde as cooperativas enfrentam a concorrência de atravessadores. “Há cinco anos temos trabalhado de forma mais estruturada com um plano que inclui regras, entre elas, a fidelização”, informou Nédio Tonus, diretor da Coopertradição, de Candói, sudoeste do Paraná, que já exporta feijão. Segundo ele, a partir do estabelecimento do plano, houve um aumento entre 30% e 40% na produção dos cooperados. “Estão se abrindo várias janelas de oportunidade, mas para aproveitá-las é preciso ter produto o ano inteiro”, declarou Tonus.

Interesse

As dez cooperativas que participaram do evento (Capal, Camp, Coopertradição, Frísia, Bom Jesus, Cooperante, Coasul, Witmarsum, Camisc e Copagrícola) manifestaram interesse em investir na lavoura de feijão de forma mais estruturada. Alguns pontos levantados pelo grupo como necessários foram: aperfeiçoamento do seguro agrícola, foco na exportação, compras governamentais ou contratos de opção, pesquisa de novas cultivares de feijão e pulses (sementes secas de leguminosas utilizadas na alimentação – feijões, grão-de-bico, lentilha, ervilha entre ouros), ampliação da época de plantio, viabilizando uma terceira safra, campanha de aumento de consumo e a organização da cadeia produtiva.

O superintendente da Ocepar, Robson Mafioletti, informou, ao final do evento, que um grupo de trabalho deve ser estruturado para atuar nesses pontos e fomentar a cadeia produtiva do feijão no setor cooperativista paranaense.

*Ocepar com edição

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