Ivaí
Em Ivaí, produtor diversifica produção, mas tabaco segue em destaque
Uma das filhas do produtor participa da Comissão de Mulheres da FAEP
No último ano o fumo foi responsável por 15,31% do Valor Bruto de Produção (VBP) de Ivaí, com soma total de R$57.765.264,38, se mantendo como segundo produto de maior importância econômica a nível local, ficando atrás somente da soja.
A propriedade do fumicultor Walter Leniar, na localidade de Guavirova, é uma das que contribuíram para a elevada representatividade da cultura. O produtor trabalha com o tabaco desde os 17 anos, inicialmente com fumo de galpão. “Parei durante oito anos e voltei faz 17 anos com fumo de estufa de folha solta”, comentou Walter.
Além do fumo ele e a família cultivam soja, milho, feijão, trigo, mel, e também atuam com cria e recria porco e de gado. “Mas é para o consumo próprio, o excedente comercializamos. A principal fonte de renda atualmente é o fumo”, contou. Walter é casado com a produtora Juliana Stadnysky Leniar e pai de Lorena, Natália e Ivan.
Apesar de já ter uma propriedade com diversidade de culturas e outras produções no setor da pecuária, Walter até já pensou em parar com o tabaco, mas pelo tamanho do sítio, ainda é mais rentável seguir no ramo. “Temos sim pensado, mas a produção de tabaco ainda é a mais rentável para uma pequena propriedade, além de ser uma produção muito manual, e temos alguns fatores como o clima que não é possível controlar, a economia sempre está oscilando”, explicou o produtor.
Segundo ele, a média de produção caiu nas últimas safras por problemas relacionados ao clima, um deles o granizo. Atualmente, três pessoas trabalham na propriedade diariamente, mas em dias de colheita de fumo o número de colaboradores é ampliado. Ele explica como é o processo da produção para venda. “Preparamos o fumo separando por classe e levamos até a companhia de tabaco, acompanhamos a classificação dos compradores e finalizamos a venda”, relata.
MULHER RURAL
Lorena Stadnysky (23 anos), filha de Walter e Juliana tem atuado junto com os pais na propriedade. A jovem até chegou a trabalhar no comércio da cidade, mas acabou voltando e agora está ainda mais engajada em contribuir com a gestão do sítio e ao mesmo tempo ajudar a família a cuidar do irmão que tem necessidades especiais.
Uma das iniciativas foi participar da Comissão das Mulheres da FAEP de Ivaí e Guamiranga, formada em julho deste ano. Ela contou ao AgroRegional o que a motivou a integrar o grupo. “Depois de participar de uma reunião com a Lisiane [Lisiane Rocha Czech, coordenadora da Comissão Estadual das Mulheres da FAEP], nossa coordenadora regional, onde ela citou um exemplo que ficou bem marcado na minha memória. Ela falou que quando ela foi entrar na comissão, que uma das questões que ela levantou, que ela só participaria se não fosse apenas tomar um cafezinho com bolacha e sim botar a mão na massa, trabalhar e mostrar serviço, fazer projetos, unir realmente as mulheres”, destacou Lorena.
Ainda segundo Lorena, o incentivo também veio de dentro de casa a partir do exemplo dos pais. “Sempre tive boas referências em casa. Meus pais sempre buscam ter melhorias na propriedade através de cursos e palestras e pesquisas até mesmo, trazendo tecnologia para melhorar a qualidade e também facilitar o manejo do tabaco de de outras cultivares”.
A jovem conta que apesar de recente, a comissão já tem impactado em sua vida, abrindo diversas chances de crescimento. “Já tive oportunidades de participar, além de conhecer muitas pessoas, trocar conhecimento e experiências, eu tive oportunidade de participar de várias palestras e encontros”, afirmou.
Na visão de Lorena, as mulheres estão se destacando cada vez mais e a tecnologia tem ajudado nisso facilitando a vida delas nas propriedades. “Eu acredito que cada vez elas vão se tornando destaque. Além de auxiliar seus maridos, também vão se tornar protagonistas de suas propriedades e empreendimentos. De acordo com ela, a nível local há uma grande participação das mulheres na agricultura.
*Redação/Daiara Souza