

Brasil
Com equilíbrio, fumicultura segue forte entre produtores do Sul
A fumicultura segue sendo um setor importante na produção rural no Sul do Brasil, especialmente para os pequenos produtores. A atividade, muitas vezes associada exclusivamente à produção de tabaco, hoje é também um exemplo de diversificação e renda para mais de 133 mil famílias nos três estados da região.
Na safra 2024/25, dos 1.191 municípios do Sul, 525 participaram da cadeia produtiva do tabaco. O Paraná conta com uma forte presença da cultura, com 131 municípios produtores. Santa Catarina produz em 188, e o Rio Grande do Sul, em 206.
A relevância da atividade fica ainda mais evidente quando se observa os números econômicos da safra 2023/24: foram gerados cerca de R$ 21 bilhões em produtos agropecuários apenas pelos produtores de tabaco do Sul. Desse valor, 56,3% vieram diretamente da produção de tabaco, enquanto os 43,7% restantes foram oriundos de atividades de diversificação agrícola e pecuária, demonstrando o papel estratégico da fumicultura para sustentar outras áreas da produção familiar.
A segurança na comercialização, o acesso a tecnologias e a organização dos produtores são fatores que têm fortalecido essa cadeia produtiva. No Paraná, por exemplo, a atividade contribui diretamente para o desenvolvimento rural em diversas regiões, promovendo inclusão econômica e gerando renda local.
A Afubra (Associação dos Fumicultores do Brasil) desempenha um papel fundamental no fortalecimento da cadeia produtiva da fumicultura, atuando como representante dos interesses dos produtores e promovendo ações voltadas à sustentabilidade econômica, social e ambiental do setor. A entidade é referência na articulação entre agricultores, empresas, instituições financeiras e órgãos governamentais, oferecendo suporte técnico, incentivando a diversificação nas propriedades e contribuindo para a valorização da atividade fumageira no mercado nacional e internacional.
Durante o evento Tendências do Agronegócio, promovido pelo Sicredi Centro Sul PR/SC/RJ em 28 de maio em Prudentópolis (PR), o presidente da Afubra (Associação dos Fumicultores do Brasil), Marcilio Drescher, destacou a importância de manter o equilíbrio no setor.
“Felizmente, o tabaco, nas últimas três safras, tem remunerado melhor o produtor. Isso, muitas vezes, empolga o produtor a aumentar o plantio; o que não deve ser feito. Nós temos o mercado, principalmente internacional, de mais de cem países, que compram cerca de 90% da produção brasileira. Para garantirmos nosso mercado, temos que manter o equilíbrio entre a oferta e a demanda, além da qualidade do nosso tabaco.”
— Marcilio Drescher, presidente da Afubra, durante palestra em Prudentópolis.