

Paraná
Colheita do Pinhão será liberada em 1º de abril no Paraná
Engenheiros florestais destacam a importância da regulamentação e fiscalização para proteger a araucária durante a temporada do pinhão
Com a chegada do mês de abril, o Paraná se prepara para a abertura oficial da temporada de colheita, transporte, comercialização e armazenamento do pinhão, no dia 1º, conforme estabelecido pela Portaria IAP Nº 46 de 26/03/2015. Esse momento crucial, que movimenta tanto a economia quanto a preservação ambiental, requer cuidados especiais para garantir a sobrevivência da araucária, espécie ameaçada de extinção.
Lauren Soares Silva, Engenheira Florestal no escritório regional do Instituto Água e Terra (IAT) de Guarapuava, ressalta a importância do prazo estabelecido para a colheita do pinhão. “A definição deste prazo se deve a necessidade garantir a reprodução da araucária, espécie ameaçada de extinção, além de aumentar a disponibilidade desse alimento para a fauna local”, explica.
Durante todo o processo, a fiscalização é uma peça-chave. O Instituto Água e Terra e o Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde (BPAmb-FV) estão atentos para garantir o cumprimento da legislação vigente. A penalidade por comercializar, ter em depósito ou transportar pinhão em época proibida em desacordo com a legislação vigente é de R$ 300,00 por saca de 50kg ou fração deste peso, conforme previsto no artigo 47 do Decreto Federal Nº 6.514, de 22 de julho de 2008.”, adverte Silva.
Os produtores e a população em geral desempenham um papel fundamental na preservação da araucária. Respeitar o período de maturação do pinhão e denunciar quaisquer irregularidades são atitudes essenciais. “A população pode denunciar qualquer irregularidade aos órgãos ambientais fiscalizadores, o IAT e a Polícia Ambiental. A denúncia pode ser feita via Sistema SIGO, através do número 181 ou, via online, através do site do Ministério Público do Paraná. Caso seja de sua escolha, o denunciante pode solicitar sigilo de identidade”, destaca a engenheira florestal Lauren Silva.
A temporada de colheita e venda do pinhão não apenas representa uma tradição cultural e econômica no Paraná, mas também uma oportunidade de promover a conscientização e ação em prol da preservação ambiental, contribuindo para um futuro sustentável para as gerações futuras.

PRODUÇÃO
Embora não haja dados específicos sobre a produção de pinhão para o ano de 2023, Pablo Signor, engenheiro florestal do Departamento de Economia Rural (Deral) de Irati, destaca a importância das estimativas para monitorar e planejar a produção florestal e agrícola. “A estimativa de produção de pinhão de 2023 ainda não foi concluída. Mas ainda em março, teremos reuniões nos municípios do nosso núcleo regional sobre esse assunto, quando teremos alguma previsão dessa estimativa, mas já adiantando, os números devem mostrar que a produção de pinhão de 2023 foi consideravelmente menor que a de 2022”, ressalta.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na pesquisa de Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura, em 2022, o Paraná produziu cerca de 4,1 mil toneladas, ficando com a segunda posição entre os estados com maior produção. Santa Catarina lidera.
Em relação aos municípios paranaenses, Inácio Martins tem a maior produção, com 700 toneladas colhidas em 2022, seguido por Pinhão (556 t), Turvo (271 t), Guarapuava (235 t) e Prudentópolis (71 t). Em Irati foram 20 toneladas.
*Redação/Daiara Souza | Foto: AEN-PR