Mundo
Argentina quer produzir 1 milhão de hectares de milho na Patagônia
O cultivo do milho ao sul do rio Colorado, na Argentina, não é novidade, mas em um ano em que a safra do grão amarelo foi muito afetada pela presença do Dalbulus maidis, ou cigarrinha, vetor de uma doença conhecida como Spiroplasma e que destruiu literalmente uma importante parte da produção, começou a amadurecer a ideia de promover o cultivo de milho no norte da Patagônia.
Esta é uma região cujo clima e temperaturas não favorecem a presença e o desenvolvimento do inseto e onde, segundo alguns analistas, poderão mesmo ser alcançados rendimentos muito superiores à média nacional.
O fato a ter em conta é que, ao contrário do que acontece na área “milhocultora” por excelência, que abrange basicamente as províncias de Córdoba, Santa Fé, Entre Ríos e a província de Buenos Aires, o regime de chuvas não é suficiente para o normal desenvolvimento da planta. A cultura só pode ser feita com irrigação, o que aumenta os custos dos investimentos necessários.
“Na Patagônia, a produção de grãos pode ser feita e de fato é feita. Mas requer irrigação, embora a região tenha abastecimento de água quase gratuito, principalmente do rio Negro, que tem boa vazão e qualidade hídrica. Então, o potencial produtivo é bom”, diz Luis Bertoia, coordenador do Comitê Forrageiro e da área Patagônia da Maizar, organização sem fins lucrativos que atua nas cadeias do milho e do sorgo.