Brasil
Tabaco: estimativa inicial para a safra 2023/2024 está em 522.857 toneladas
No Paraná, a produção deve chegar às 137.148 toneladas: 123.869 no Virgínia; 6.947 no Burley; e 6.332 toneladas no Comum
A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) fechou hoje, 28 de novembro, a estimativa inicial para a safra de tabaco 2023/2024. A produção está estimada em 522.857 toneladas, todas as variedades, nos três estados do Sul do Brasil. Esse volume significa 13,7% a menos com relação à safra passada, que fechou em 605.703 toneladas. Separadas por variedade, a estimativa para o Virginia fica em 475.010 (-13,9%); Burley, 39.652 (-14,7%); e Comum, a única variedade que estima-se um aumento de 7,2%, passando para 8.196 toneladas.
Para chegar aos números da estimativa inicial o Departamento de Pesquisa e Estatística da Afubra utiliza o número de pés inscritos no Sistema Mutualista da entidade, por tipo de tabaco. A estes números, soma-se o número de pés dos produtores que não estão inscritos no Sistema, acrescenta-se um percentual de produtores que plantaram a mais ou a menos que o inscrito e soma-se, ainda, um percentual de produtores que não tem cadastro com empresa. Destes quatro fatores obtém-se a área plantada.
O presidente da Afubra, Marcilio Drescher, explica que esta é uma estimativa inicial; os números finais dependem do clima. “Na safra passada divulgamos esses primeiros números na primeira quinzena de novembro e, apesar da estiagem ter prejudicado a produção em algumas regiões pontuais, nossos números conferiram tendo, inclusive, um pequeno incremento. Já na safra anterior, a de 2021/2022, também divulgamos a iniciativa inicial em novembro. Porém, com a estiagem acentuada, refizemos os números em janeiro, apontado quebra. Como o clima ajudou os produtores que plantam mais tarde, cuja chuva recuperou o tabaco, ao invés de quebra de produção, tivemos uma safra cheia. Por isso que, quando falamos em números, é preciso ter em mente que são estimativas iniciais, os números dependem do clima e, mais importante, é que são números que levam em conta a média”, enfatiza o presidente.
Drescher ainda destaca que em algumas regiões para a safra atual tem produtores que estão plantando novas lavouras. “Esses números não estão nessa estimativa e podem influenciar no fim da safra”. Ele ainda revela que, até o momento, estima-se uma quebra de safra de, em média, de 20,5%, nos três estados do Sul.
No Rio Grande do Sul, a estimativa de produção aponta para 230.845 toneladas, divididas em 207.967 toneladas de Virgínia (-10,2%), 22.050 de Burley (-10,4%); e 828 toneladas de Comum (+36,0%), cultivados numa área de 125.996 hectares (+7,1%), com produtividade média de 1.832 kg/ha (-16,1%). A safra conta com 68.582 famílias produtoras (+5,9%).
Em Santa Catarina, a projeção é de 154.864 toneladas, sendo 143.174 no Virgínia (-18,9%); 10.655 no Burley (-26,3%); e 1.036 toneladas na variedade Comum (-18,6%), produzidas numa área de 84.280 hectares (+8,8%) e produtividade média de 1.837 kg/ha (-25,9%). As famílias produtoras são 40.103 (+7,2%).
No Paraná, a produção deve chegar às 137.148 toneladas: 123.869 no Virgínia (-13,6%); 6.947 no Burley (-6,0%); e 6.332 toneladas no Comum (+9,8%), numa área de 73.908 hectares (+11,0%) e estimativa de produtividade média de 1.856 kg/ha (-21,1%). O número de famílias produtoras é de 24.580 (+7,8%).
Marcilio destaca que esse aumento na área produtiva era esperado. “A safra passada foi, para uma grande parte dos produtores de tabaco, muito lucrativa, com uma alta rentabilidade, e os grãos trouxeram prejuízos significativos. Esses dois fatores fazem com que alguns produtores aumentem a sua área ou, os que haviam trocado o tabaco pelos grãos, retornem à cultura.” Porém, esse aumento na área plantada causa preocupação. “Precisamos manter a oferta adequada à demanda para garantir a lucratividade do produtor. É preocupante esse aumento de área em época de clima estável, pois pode dar uma produção alta e influenciar na remuneração do produtor”.
PREÇO
O custo de produção para a safra 2023/2024 está na reta final e está sendo feito em conjunto – representantes das entidades e de cada empresa fumageira. As negociações de preço devem iniciar em dezembro, com a conclusão do levantamento do custo de produção.
Texto: Jorn. Luciana Jost Radtke/Foto: Arquivo Afubra