Irati
Perdas na produção impedem realização da Festa do Pêssego em Irati
A Prefeitura de Irati informou nesta terça-feira (12) que, neste ano, a tradicional Festa do Pêssego, que aconteceria no mês de dezembro, não será realizada devido a uma severa perda na produção de pêssegos, que registrou uma queda de 70% em relação ao volume esperado. O efeito das geadas intensas que ocorreram no inverno afetou moderadamente o desenvolvimento das gemas das frutíferas, o que comprometeu a colheita e inviabilizou a realização do evento.
De acordo com o Secretário de Agricultura, Alessandro Trybek, o cenário climático em Irati causou danos irreparáveis. “As geadas desse ano foram muito intensas e afetaram diretamente a formação das gemas, que são essenciais para o desenvolvimento dos frutos. Esse processo afeta diretamente a quantidade e desenvolvimento dos pêssegos, limitando o volume disponível para a colheita e para a realização da Festa do Pêssego”, esclarece o secretário.
Como alternativa, a Prefeitura disponibilizou um espaço para que os pêssegos sejam comercializados a partir do dia 18 de novembro na Feira do Produtor Iratiense.
Mudas
A Secretaria Municipal de Agropecuária e Abastecimento de Irati anunciou que neste ano irá realizar uma enxertia de 1.600 mudas de porta-enxerto de pessegueiro. Essas mudanças envolvem variedades de copa variadas, conforme a demanda dos fruticultores da região, em uma iniciativa que promove o fortalecimento da produção de frutas no município, para evitar os danos como ocorreram neste ano.
Segundo o engenheiro agrônomo da Secretaria de Agricultura, Antônio Sidnei Martins, o projeto teve início em 2018, quando sete seleções de porta-enxerto foram recebidas pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). “Essas coincidências são resultado de cruzamentos controlados pelo Professor Dr. Valmor João Bianchi, dentro de um programa de melhoria de porta-enxertos voltados à cultura de pessegueiros e ameixeiras. O principal foco da pesquisa foi desenvolver mudas mais resistentes ao nematóide das galhas (Meloidogyne spp.) e adaptadas às condições climáticas do sul do Brasil”, explica.
Após anos de desenvolvimento e propagação clonal por exercício, uma das seleções foi aprovada por sua resistência e capacidade de frutificação, marcando um avanço significativo para os pomares locais. “O processo de produção segue um cronograma específico. Em janeiro, os frutos dos porta-enxertos são colhidos e, após a remoção da polpa, seus caroços são armazenados em areia. Em abril, os caroços são colocados em caixas com camadas alternadas de areia e armazenados em câmara fria a 5°C por 45 dias. Em seguida, são plantados em canteiros para germinação e, quando alcançam de 5 a 10 cm, são transplantados para o solo. A enxertia por borbulhia é realizada em novembro, e, em julho do ano seguinte, as mudas são podadas, retiradas do solo e distribuídas aos fruticultores para a criação de novos pomares”, finaliza.
*Secom Irati com edição