Paraná

Deral confirma queda de 15% na produção agrícola paranaense

A principal lavoura cultivada no Paraná nesse período é a soja, que tem uma redução expressiva de 11,9%, de acordo com o relatório atualizado do Deral

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O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), confirmou nesta quinta-feira (25/01) uma quebra de 15% na safra de verão 2023/2024 do Paraná. A redução já era esperada e foi comprovada no último levantamento de campo feito pelos técnicos. A produção total deve chegar a 22,1 milhões de toneladas. A primeira estimativa, feita em agosto de 2023, projetava uma safra de 25,5 milhões de toneladas. 

Clima – A quebra foi motivada pelas condições climáticas adversas. Ao longo do desenvolvimento da lavoura houve calor intenso, além de poucas chuvas e mal distribuídas. A situação se agravou a partir da metade de dezembro, o que resultou na redução da estimativa.

Soja – A principal lavoura cultivada no Paraná nesse período é a soja, que tem uma redução expressiva de 11,9%, de acordo com o relatório atualizado do Deral. A produção prevista agora é de 19,2 milhões de toneladas, ante 21,8 milhões de toneladas previstas anteriormente. O clima foi o principal fator que determinou a quebra, mas houve também redução na área de plantio. Inicialmente estimada em 5,8 milhões de hectares, a cultura ocupou 5,7 milhões de hectares, 0,5% menor que a previsão inicial.

Situação prevista – “Era uma situação que, infelizmente, já estávamos prevendo”, disse o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara. Segundo ele, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também já vinham falando das perdas. “Acreditamos que as próximas avaliações devem reduzir ainda mais as perspectivas da safra brasileira e mundial”, declarou Ortigara.

Economia – A redução de produção de soja deverá se refletir na economia do Paraná e do Brasil. Levando-se em conta as perdas estimadas até o momento, o valor que deixaria de ser transacionado está em torno de R$ 5 bilhões. Mas, apesar das perdas paranaenses e brasileiras, a expectativa de produção mundial ainda é boa, de acordo com informações do Deral.

Usda – No último relatório do Departamento de Agricultura do Estados Unidos, apontou-se produção de 399 milhões de toneladas. “Se ficar em torno disso, o preço deve continuar pressionado”, disse o analista de soja do Deral, Edmar Gervásio. Segundo ele, em relação à produção paranaense, “o cenário futuro também não é favorável”. A colheita de soja atingiu 12% da área total até agora. Do que resta a campo, 61% estão em condição boa, 31%, mediana e 8%, ruim. “O viés é negativo e à medida que a colheita avança é possível que novas perdas sejam observadas”, afirmou.

Milho – O milho de primeira safra paranaense também sente as más condições climáticas. De uma previsão inicial de 2,9 milhões de toneladas, fruto de plantio em 309 mil hectares, agora reduziu-se para 2,6 milhões de toneladas (10,3% a menos). A área plantada foi redimensionada para 291,5 mil hectares (5,6% menor). “Essa é uma safra pequena no Paraná em comparação com a segunda safra, para a qual estão previstos 14,5 milhões de toneladas, e até agora há boa expectativa produtiva”, acentuou Gervásio. As chuvas observadas nos últimos dias têm ajudado para que o plantio seja realizado em condições ideais. A semeadura deve se fortalecer a partir de fevereiro.

Feijão – O feijão de primeira safra, que fecha a tríade de grãos mais importantes da safra de verão paranaense, está com prognóstico rebaixado em 28% em relação ao potencial. Em agosto de 2023 tinha-se como previsão colher 216 mil toneladas, e agora passou para 156,4 mil toneladas, ainda que a área permaneça em torno de 113 mil hectares, como previsto. “Mas é uma safra com tendência de apresentar bons preços”, ponderou o agrônomo Carlos Hugo Godinho, do Deral.

Arroz – Para o arroz irrigado, que é produzido particularmente no Noroeste do Estado, o potencial de início apontava 152 mil toneladas em 19 mil hectares. Com as chuvas de outubro e novembro de 2023, que deixaram grande parte das lavouras inundadas por alguns dias, houve retração. Atualmente a projeção é de 115 mil toneladas em 18 mil hectares. “Mas em termos de Brasil espera-se uma safra boa”, reforçou Godinho.

Olerícolas – Entre as principais olerícolas cultivadas no verão paranaense, a batata tem destaque. A primeira safra já foi toda semeada em 14,5 mil hectares. Pelo menos 86% da área foi colhida. No entanto, somente dois terços são considerados de boa qualidade para o comércio, resultado das condições climáticas. “O mercado do clima na horticultura é uma variável permanente”, ponderou o engenheiro agrônomo do Deral, Paulo Andrade, analista do setor. Segundo ele, os produtores sofreram tanto no plantio quanto no arranquio.

Tomate – O tomate de primeira safra está quase todo plantado e já com 70% da área de 2,4 mil hectares colhida. “A produtividade ficou um pouco abaixo do previsto, também em decorrência do clima”, reforçou Andrade. A estimativa é de colheita de 131 mil toneladas. Segundo ele, a segunda safra começa a ser plantada, mas ganhará força em abril.

Cebola – A cebola teve o ciclo encerrado no Paraná. Foram colhidas 94,4 mil toneladas em 2,7 mil hectares. “Houve boa produtividade, mas também em razão das condições climáticas perdeu em qualidade”, salientou o analista. Do que foi colhido, cerca de 80% já estão comercializados. A segunda safra de cebola é plantada somente no segundo semestre no Paraná.

* Sistema Ocepar com informações da Assessoria de Imprensa da Seab.

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