Pinhão

“Bufunfa” garante movimento na feira de Pinhão

Moeda fictícia é entregue aos moradores como retorno da taxa de lixo e valor pode ser usado para comprar produtos da agricultura familiar

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A feira de Pinhão existe desde 1998 e surgiu após os produtores rurais discutirem com o poder público a necessidade de um espaço para vender produtos da agricultura familiar. “A gente sabia produzir, mas não tinha onde comercializar”, lembrou Nilceu Kempf, um dos articuladores da feira.

Desde então, os produtores tiveram muitos avanços e conquistas, mas com isso, veio a necessidade de transformar os produtos de origem animal em outros produtos. No entanto, conforme Nilceu, para avançar nisso, foi preciso se estruturar. “A questão das agroindústrias foi importante na época porque culminou também com a conquista da Cresol aqui no nosso município, que possibilitou financiar os nossos equipamentos, as nossas estruturas, para poder botar em prática nossas agroindústrias. Hoje nós contamos com mais de 20 indústrias aqui no município. Tanto de produtos de origem animal como produtos de panificação”.

Isso possibilitou que a feira fosse cada vez evoluindo, mas os agricultores ainda sentiam falta do público. “Não era um hábito vir à feira. As duas questões estavam juntas. Precisávamos melhorar a produção, melhorar a qualidade dos nossos produtos, mas nós precisávamos também fazer com que os fregueses viessem na feira comprar o nosso produto”, conta Nilceu.

É a partir disso que surge a ideia da bufunfa, um projeto que há 6 anos fomenta a participação dos moradores de Pinhão na feira. Ela funciona da seguinte forma: A taxa de lixo cobrada pela Prefeitura de Pinhão dos imóveis é revertida em “Bufunfas”, a moeda criada para incentivar a coleta seletiva e a agricultura familiar. Atualmente ela vale R$8,05 que podem ser gastos somente na feira.

“Já virou uma política pública. Hoje ela é fundamental para o giro aqui na feira, 50% do valor que gira na feira, é através da Bufunfa. Eu acho que foi uma conquista bacana, uma conquista legal e que hoje é fundamental para o nosso feirante se manter aqui. Nós temos muitos que a renda é exclusiva da feira. Então, não tenho dúvida que foi uma iniciativa fundamental para o desenvolvimento da agricultura familiar aqui de Pinhão”, finalizou Nilceu.


*Redação/Fotos: Daiara Souza

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