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Desequilíbrio entre oferta e demanda pressiona cotações ao produtor de leite

Foto: AEN-PR

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Como esperado pelos agentes do setor consultados pelo Cepea, o preço do leite captado em abril caiu 3,3% e fechou o mês a R$ 2,7415/litro na “Média Brasil”.

Ainda assim, esse valor ficou 5,7% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, em termos reais (deflacionamento pelo IPCA de abril). A queda nos preços ao produtor ocorre em momento atípico, mas é justificada pelo aumento da oferta e pelo enfraquecimento na demanda por lácteos na ponta final da cadeia. E a expectativa é de que o movimento de baixa ganhe força em maio.

Pesquisas ainda em andamento do Cepea apontam para redução em torno de 4% para a Média Brasil.

A oferta no campo seguiu firme em abril. O ICAP-L (Índice de Captação do Leite) subiu praticamente 3% de março para abril na “Média Brasil”, superando o crescimento registrado em anos anteriores em muitas bacias leiteiras.

O aumento da oferta se explica pelo clima propício, pela boa qualidade de silagem e pelas melhores margens da atividade.

Em abril, o produtor ganhou poder de compra frente ao milho, já que a desvalorização do leite foi menor que a do grão. Foram necessários 30,52 litros para adquirir uma saca de 60 kg de milho, 3,29% a menos que no mês anterior. E, depois de quatro altas consecutivas, em maio, o Custo Operacional Efetivo (COE) caiu 0,72% em relação a abril na “média Brasil”, sobretudo devido à desvalorização de insumos voltados à nutrição do rebanho.

Esse cenário favorece investimentos na atividade, assegurando oferta mais consistente mesmo frente ao clima mais seco.

Se, de um lado, os preços no campo tendem a cair, devido ao crescimento da oferta de matéria-prima, de outro, a demanda por lácteos não deu sinais de aquecimento. Com isso, as indústrias tiveram maior dificuldade em escoar seus estoques e enfrentar a pressão dos canais de distribuição. Levantamentos do Cepea realizados com o apoio da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) apontam quedas nos preços do UHT, muçarela e leite em pó em maio.

O aumento nas importações de lácteos também favorece a continuidade do movimento de queda no mercado interno. Dados da Secex compilados pelo Cepea mostram alta de 8,59% no volume de lácteos importados em maio frente ao mês anterior, em litros em equivalente leite – em um ano, o avanço nas compras externas é de fortes 18%.

 

*Cepea

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