Guarapuava
Da cidade para o campo, produtora se torna liderança no agro
Incentivando a participação feminina no setor, Adriane Botelho conta sua relação com o mundo rural
A história de Adriana Loures Maingue Botelho com o agro começou com a vinda dela para Guarapuava para acompanhar o marido Rodolpho Luiz Werneck Botelho, atual presidente do Sindicato Rural de Guarapuava. Engenheira civil de formação, Adriana exerceu a profissão por muitos anos em Curitiba, atuando na área de controle de custos e gestão de projetos e orçamentos. No entanto, desde que mudou para a “terra do lobo bravo”, passou a atuar na propriedade da família, trabalhando na parte administrativa e financeira da fazenda.
“Inicialmente trabalhei no foco no levantamento de custos de produção e gestão da propriedade, informatização e controle dos processos. No início, moramos por cinco anos na fazenda Capão Redondo que é uma fazenda centenária com uma tradição forte na integração lavoura/pecuária”, contou. A fazenda trabalha com a produção de soja, milho, feijão, trigo, aveia e trigo mourisco e com pecuária de corte, na criação de gado Angus, ovinos texel e cavalos crioulos.
MOBILIZAÇÃO
Desde 2011 Adriana é filiada ao Sindicato Rural de Guarapuava e tem atuado como liderança no incentivo à participação feminina no agronegócio. “A FAEP [Federação da Agricultura do Estado do Paraná] está investindo no movimento das mulheres porque acredita que as mulheres do agro têm uma importante contribuição para a agropecuária paranaense. Temos um lema que é ‘O Paraná precisa de nós mulheres’ e foi com esse objetivo que em 2021 foi criada a Comissão Estadual de Mulheres da FAEP da qual faço parte da coordenação”, afirmou.
O objetivo é fortalecer a representatividade dos produtores rurais, incentivando as mulheres a participar mais ativamente nos sindicatos rurais. Ela também é uma das coordenadoras da Comissão de Mulheres do Sindicato Rural de Guarapuava.Para a produtora, é preciso fortalecer a representatividade para aumentar a força política do setor.
“O nosso setor agropecuário é muito forte economicamente, somos responsáveis por grande parte do PIB [Produto Interno Bruto], das exportações do Brasil, mas ainda somos frágeis politicamente. Precisamos levar essa mensagem da necessidade de estarmos unidos e organizados na nossa instituição que é o sindicato rural”, lembrou.
Integrando as duas comissões na coordenação, Adriana é uma das grandes lideranças regionais entre as mulheres do agro. Para ela, essas comissões oferecem a oportunidade das produtoras rurais ampliarem conhecimentos, por meio de cursos e palestras, e participar ativamente em discussões e decisões.
“É muito importante que as mulheres tenham a possibilidade de participar mais efetivamente na gestão da propriedade, seja na gestão das tarefas diárias ou também na parte de planejamento e financeira”, destacou.
Ela também faz um chamado para que mulheres ligadas ao setor participem dessas ações. “Esposas, filhas, noras de produtores, venham participar junto com a gente, procurem o Sindicato Rural de Guarapuava e venham ajudar a fortalecer ainda mais essa classe que produz alimentos e energia com nosso trabalho e esforço.”
Redação/Daiara Souza