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Agro do Rio Grande do Sul tem prejuízo bilionário com enchentes

Levantamentos feitos por entidades e centros de pesquisas mostram um cenário desafiador para os produtores do estado

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O Rio Grande do Sul vive, desde o final de abril, sua maior tragédia climática com 147 mortes registradas em razão dos temporais e enchentes que atingem o estado. O número é referente a última atualização feita pelo governo do estado antes do fechamento desta edição, no dia 14 de maio.  

Além das vidas perdidas, o Rio Grande do Sul terá um prejuízo sem precedentes em questão de infraestrutura. O estado teve 450 municípios afetados, alguns deles com destruição de milhares de residências. Há ainda centenas de milhares de pessoas desabrigadas, mais de 100 desaparecidas e muitos feridos. 

Na agropecuária todos os setores foram impactados. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) estima que na agricultura os prejuízos cheguem a R$ 1,3 bilhão. Na pecuária, o impacto será de R$ 73,7 milhões em prejuízos.

De lavouras devastadas, animais arrastados a perdas estruturais e de maquinários, produtores rurais e agroindústrias estão paralisados em diversos municípios do estado. Principal produtor de arroz do país, o Rio Grande do Sul pode ter uma redução na produtividade. A situação levou o Governo Federal a autorizar a importação de até um milhão de toneladas de arroz para  recomposição dos estoques públicos e evitar uma alta nos preços. 

De acordo com o Cepea, as chuvas também afetaram os trabalhos de colheita da soja e devem prejudicar a qualidade e a quantidade da produção gaúcha, que é a segunda maior do país. Em relação ao milho, a colheita da safra de verão está praticamente paralisada no estado. Outro problema é a logística. Com diversas rodovias parcial ou totalmente interditadas, produtores não estão conseguindo escoar a produção que já havia sido colhida.

PECUÁRIA

A exemplo de outros setores, a pecuária tem sido impactada pelo maior desastre da história desse estado. Segundo pesquisadores do Cepea, além de pontes e estradas destruídas, pastagens estão embaixo d’água e animais foram arrastados pela enxurrada. 

Mesmo nas regiões que não foram inundadas, os solos estão encharcados, dificultando o manejo dos rebanhos. Pecuaristas consultados pelo Cepea mostram um misto de desespero e desânimo. Entre os frigoríficos, várias unidades consultadas pelo Cepea interromperam atividades por terem sido atingidos pela água ou pela dificuldade de locomoção dos funcionários. 

No setor leiteiro, a circulação de insumos, do leite cru e dos lácteos vem sendo prejudicada. Além disso, a falta de energia elétrica e de água assola diversas regiões, refletindo em toda cadeia produtiva. Os suinocultores também sentem o impacto, com dificuldade nos transportes de suíno vivo para abate, de carnes aos mercados atacadistas e também de insumos utilizados pela atividade. O mesmo ocorre na avicultura de corte e de postura. 

HORTIFRUTI

Importantes regiões abastecedoras do mercado nacional de batata foram afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Segundo pesquisadores do Cepea, a situação é mais crítica em Ibiraiaras, que tradicionalmente inicia a colheita da safra das secas entre o fim de abril e começo de maio. O excesso de chuva tem provocado apodrecimento de grande parte das batatas nos campos, levando produtores a estimarem uma significativa quebra de produtividade. 

Para a cenoura, pesquisadores do Cepea apontam cenário crítico na região de Caxias do Sul (RS). Embora ainda não seja possível avaliar com precisão a extensão das perdas, estima-se que as inundações levem à uma janela de oferta, podendo dificultar, inclusive, a retomada das áreas afetadas. Entre as frutas, pesquisas do Cepea mostram que as chuvas no Sul estão afetando o fim da colheita de maçã fuji, com atraso das atividades e possível aumento da incidência de doenças nos pomares.

*Redação e Cepea

Foto: GOVRS

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