Guarapuava
Com 34%, Regional de Guarapuava concentra a maior produção de batata do Paraná
Apesar da área menor que a da Regional de Curitiba, o Núcleo tem o maior volume em função da boa produtividade
A batata é a principal atividade olerícola paranaense e com um impacto importante na economia local nas principais regiões produtoras, como é o caso de Guarapuava. Com uma área de cultivo que se estende por cerca de 7000 hectares somando as duas safras, a região de Guarapuava se destaca como um dos principais polos produtores de batata no Estado, ao lado da Região de Curitiba.
No estado, a colheita da primeira safra (2024) já foi finalizada com 393.671 toneladas colhidas em uma área de 14.676 ha, com perda de 50 ha, conforme dados preliminares da Secretaria Estadual de Agricultura e do Abastecimento (Seab). A segunda safra está estimada em 358.011 toneladas em uma área de 10.922 ha, com colheita já iniciada.
De acordo com o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral), Paulo Andrade, o Estado cultivou cerca 25.600 hectares de batatas, somando as duas safras, com produção esperada de cerca de 750 mil toneladas. “A nossa produtividade está em torno de 29 mil kg por hectares somando as duas safras”, comentou Paulo.
REGIÃO
A região de Guarapuava possui uma produtividade e qualidade que a destaca. Já o município de Guarapuava, por sua vez, é o principal produtor do Estado, com cerca de 3.800 hectares dedicados ao cultivo das duas safras anuais. A cultura está presente em 150 municípios. “A produção de Guarapuava [Município] é estimada em 130 mil toneladas e produtividade ao redor de 34.400 quilos por hectare, o que confere a Guarapuava 16% de toda a produção estadual”, comenta Paulo.
Para se ter uma ideia da representatividade na cultura, juntas, as regionais de Guarapuava e Curitiba são responsáveis por 51% da área de batata do Paraná. “A região de Guarapuava tem em torno de 7 mil hectares. Somando as duas safras. Já a região de Curitiba tem em torno de 8 mil hectares. Por outro lado, a produtividade e a qualidade das batatas da região de Guarapuava, com produtores se especializando cada vez mais, fazem com que seja a primeira em volume de produção e no valor bruto da produção também”, aponta o engenheiro agrônomo da Seab.
Além da importância no volume e qualidade do produto colhido, a Regional também desempenha um papel crucial na formação de preços, respondendo por 34% da produção estadual. “Quando há algum impacto no clima, há um efeito sequencial aqui na cadeia regional. Basicamente os fornecimentos aqui ficam no mercado local e regional, alguma coisa sai do estado. Mas o mercado nacional busca se autorregular quando há algum problema. Então, qualquer impacto do clima, quer seja por excesso de chuva, ou o que estamos vivendo, o excesso de calor, e a batata primeira safra sofreu aquelas chuvas intensas de Primavera, no final de setembro, outubro e novembro, que foram mas além da conta, isso aí altera o mercado mesmo”, explica.
Entretanto, a produção de batatas não é isenta de desafios. As oscilações climáticas podem impactar significativamente, afetando tanto os produtores quanto os consumidores. Os produtores rurais enfrentam o desafio de garantir a qualidade e quantidade adequadas do produto, enquanto lidam com as incertezas do clima e a flutuação dos preços no mercado.
“O produtor rural, ele quer entregar um produto de qualidade e quantidade adequada, mas como a agropecuária, de uma forma geral, é em céu aberto, a batata é em céu aberto, então é dependente do mercado do clima. O agricultor, ele é um tomador de preços, não é ele que faz os preços, é toda uma lógica, depois tem o atacado e o varejo que distribui para as redes, então, todos os custos de perda são colocados nessa cadeia de produção”, ressaltou Paulo Andrade.
O agrônomo destaca que nos últimos 10 anos o Paraná observou uma queda de 15% na área de cultivo de batatas no estado, enquanto a produção diminuiu em apenas 10%. Esse fenômeno é atribuído ao aumento da produtividade, resultado do constante aprimoramento das técnicas de cultivo e da especialização dos produtores.
*Redação/Daiara Souza
Foto: AEN-PR